segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ENCONTRO DE NATAL-AAVD-"2011"-GUIMARÃES!


Por: João Lourenço

Depois de larga divulgação, deste encontro e numa tarde chuvosa, conforme o programa,pelas 15 horas começaram a chegar os participantes que,estavam, préviamente, inscritos. Começou a cavaqueira do costume, pois há sempre quem não conheça alguém,até á hora da eucaristia, que iniciou pelas 17,30 H, presidida pelo Padre Manuel Abreu, que se deslocou de Lisboa, para a pré-apresentação do Livro de Paul Schebesta, " Portugal a missão da conquista no Sudeste de África", porque a apresentação oficial seria em Lisboa no dia 13/12.

No tempo antes da missa,ainda, houve uma actuação dos elementos das concertinas, que o Madeira conseguiu que viessem para abrilhantar a eucaristia, e animar o grupo nos tempos livres.

A Eucaristia foi,sem dúvida, o ponto mais alto deste encontro, com uma participação e com uma alegria, que não víamos há muitos anos.O coro, as músicas e a preparação das mesmas, se devem, exclusivamente,ao empenho e trabalho do " maestro"Madeira Antunes, que com o órgão e os seus amigos das concertinas, tornaram este acto, imensamente animado e participado, aliás, no final, sentia-se nos rostos e nos comentários de todos esta alegria.



Após a missa, nesse intervalo, foi feita, então a apresentação do livro,supra, referido e de novo, até á saída para o jantar, voltámos a ser animados pelo grupo das concertinas.

Pelas 19 horas, seguimos em caravana para o Centro Equestre de Fermentões, que dista do Seminário, aproximadamente 5 Kms, onde seria o Jantar " Ceia de Natal".

A Ceia de Natal, foi feita em conjunto com o Grupo de cantares populares "Minhotos Marotos", a quem nos associámos,por acordo deles disfrutando de toda a animação que eles transmitiram, que foi imensa, com desgarradas,danças.... etc. isto, só foi possível, devido á forte ligação do Madeira Antunes com este grupo.
Nesta ceia, não faltou nada alusivo ao Natal, em terras do Minho,bacalhau, aletria, mexidos, rabanadas... etc. e muita música.

Esta animação se manteve até ás 3 da manhã, para os que aguentaram, claro.



Foi um encontro maravilhoso com 107 presenças AAVD e famílias ou amigos e, ainda, na ceia totalizaram, aproximadamente 300, com os Minhotos Marotos.

De realçar a satisfação de termos tido a presença de alguns colegas, que se deslocaram de bem longe para se associarem a este convívio, como o Leonel, que além da presença, ainda veio trabalhar, aliás ele é assim mesmo, um espectáculo, o Fernando Carvalho e esposa e ainda, o Messias e esposa. Registámos,ainda, com enorme agrado, a presença de vários colegas que há muito tempo não nos davam o prazer da sua presença, como, Adelino Antunes e esposa, Cortinhas e esposa, Esteves e esposa e o Amâncio, desculpem se escapou alguém.Por tudo isto, considero que este encontro foi, além de animado e muito participado, muito frutuoso.




Que esta onde de entusiasmo, se mantenha e que muitos mais amigos, participem e colaborem nestes eventos que são de todos e para todos, e que são tão agradáveis e necessários e porque são a lenha que alimenta a chama, que queremos bem viva.





Não podemos deixar de agradecer á SVD, a forma como nos acolheram e nos franquearam todo o espaço e condições para que nos sentíssemos em casa.Bem hajam e sabem que a AAVD, estará presente.Um Feliz Natal e um Bom Ano de 2012 para todos os ex alunos e suas famílias.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Notícias da beira mais baixa



José Teodoro

Dia 6 de Dezembro, noite fria, os antigos alunos vão chegando para mais um jantar-convívio, desta vez no Restaurante Jardim, junto à Sé. Aguarda-nos uma surpresa dos organizadores António Varandas e Ismael Reis: a presença do Pe. Jerónimo.
Somos os habituais 20 a 30, uns vêm sempre, outros quando calha. A comida e a bebida são o pretexto para a habitual cavaqueira: fala-se do quotidiano, interroga-se o paradeiro de antigos colegas e aproveita-se a recordação de um jipe pequeno que era enorme para rir como já não se ria há muito.
Na cabeceira, o reitor avia telefonemas que lhe caem no telemóvel. Viciado nas novas tecnologias? Felizmente não, apenas o jantar e respectivo convite caíra no seu aniversário. Feliz coincidência!
Pede-se bolo e champanhe, cantam-se os parabéns e, no discurso, o aniversariante mete-nos no seu coração: considera-nos da sua gente. Já o sabíamos há muitos anos, mas sabe sempre bem ouvir as coisas boas, mesmo repetidas. Mais uma lição de vida do Pe. Jerónimo.
No final, arredonda-se a conta e recolhem-se uns trocos para a campanha “Mãos Unidas”. E partimos com a decisão de encontros mais regulares: todas as últimas terças-feiras dos meses de 31 dias, exceto no verão. Então, até dia 31 de Janeiro, no Restaurante Jardim.

Nota: a foto é do Garcia, o mano mais velho.

domingo, 27 de novembro de 2011

Umas notas sobre o Magusto

A Região Sul, através dos seus Delegados da AAVD, Messias Gomes, António Pinto e Vicente de Almeida, organizou o tradicional magusto de S. Martinho. Vou apenas dar algumas notas, deixo a crónica para outras mentes mais inspiradas para estas coisas e que abundam entre nós, assim o queiram!

Habitualmente quando falo com algum ex colega sobre este acontecimentos, há uma expressão que oiço com frequência, "... eu não vou, porque é sempre a mesma coisa, são sempre os mesmos!". Hoje, estava para aqui a pensar no que haveria de vos dizer e veio-me esta inquietação, "somos sempre os mesmos?", seguida de uma certeza, seremos sempre os mesmos! Quem me substituirá? Quem te substituirá? É de facto a única possibilidade que temos, a de sermos nós, os mesmos... aqueles que vieram e também os que não vieram, uns porque não puderam outros porque não quiseram, que farão parte destes acontecimentos. Seremos sempre os mesmos, insubstituíveis! Por isso... essa de sermos sempre os mesmos!... não pega, quem queriam que fosse?

Há umas dezenas de anos que participo em actividades de antigos alunos do Verbo Divino e tenho reencontrado amigos que de outra forma teria sido impossível, a não ser por obra do acaso. Os "mesmos" que insistem e tornam estes encontros cada vez mais concorridos, ao organiza-los tornam possível esta maravilha de reencontrar amigos que há dezenas de anos não víamos, nem sabíamos do seu paradeiro... não é verdade José Peres Januário?... faz mais de 30 anos que não nos encontrávamos, se nos víssemos na rua seriamos dois estranhos, e no espaço de um mês é a segunda vez que nos encontramos. É a isto que se chama serem "sempre os mesmos"? Este, é apenas um caso recente... mas muitos de nós teríamos dezenas destes episódios para contar.

Outra nota que gostaria de deixar. É  cada vez mais habitual a presença de amigos de outras Regiões, que apenas se deslocam pelo prazer de estarmos juntos e de estreitar os laços, entre todos, os tais "mesmos", que não temos possibilidade de aumentar, porque somos insubstituíveis. Não temos duas oportunidades! Ou aceitamos ou abdicamos!

Quanto ao ser "sempre a mesma coisa", deixo que as imagens falem:
Clica na imagem para ver o video

Lista da presenças no final do filme!                           

sábado, 12 de novembro de 2011

Magusto - Zona Sul


A A V D

Delegação Regional – Zona Sul

MAGUSTO

Dia: 26 Novembro 2011 (Sábado) – às 15 H
       Local: Casa SVD / Lisboa

                  Rua S. Tomás de Aquino, 15

                  1600-203 Lisboa – tel. 217 220 200
                                  (Itinerário de acesso em ANEXO…)   

         Caros amigos:

   A Delegação Regional da Zona Sul vem através deste meio convidar todos os Antigos Alunos com seus familiares e amigos para o tradicional Magusto de S. Martinho.

A Delegação encarrega-se de garantir a logística e adquirir as castanhas, enchidos e pão, o vinho e sumos....... 
   Os vinhos de marca, jeropiga, queijo, presunto, petiscos regionais e sobremesas, ficam ao critério e generosidade de cada um de vós.

É uma boa oportunidade para os que ainda não conhecem a casa, e para os outros é sempre bom regressar onde nos recebem bem.

Apela-se a quem tenha um acórdão, viola ou outro instrumento musical, que traga para animar o ambiente. E já agora...traz outro amigo também!

     Contamos contigo e para aquisição dos géneros, agradecemos o favor de confirmação das presenças até dia 24 de Novembro (5ª F --22h)
ou sendo pela Internet até às 24h)
--António Pinto: 214 575 118 e 963 987 686 – email: pintolivia@sapo.pt

Para os que têm a net como elo de ligação, O BLOG Sabor da Beira, como é hábito dará todo o apoio a esta iniciativa.
    Apelamos a todos que se inscrevam aqui no Blog…

Esperamos por vós e enviamos saudações verbitas.
                                             
Os Delegados da Zona Sul                                                                                      
Pinto, Vicente e Messias    

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sábado, 5 de novembro de 2011

À conversa com Ferraz de Moura, Presidente da AAVD

O Encontro do Tortosendo foi um bom pretexto.  Porque estes movimentos, mais espontâneos, surgem sem o cunho da oficialidade do órgão que representa os Antigos Alunos de Verbo Divino - a AAVD, muitas vezes gera-se alguma controversia, por parte de quem neles participa, numa quase atitude de afronta ao órgão  oficial e por parte de quem neles vê uma tentativa de cisão, de rompimento com a instituição verbita, mais propriamente com o grupo "mais" organizado de alunos, onde todos se deviam rever!

Nestes minutos que o Ferraz de Moura, tão gentilmente nos cedeu, quisemos apenas clarificar algumas posições e tentar dar-lhes um enquadramento mais unificador, posicionando a AAVD nesta realidade, procurando entender como lida com estes encontros, tertúlias ou movimentos mais ou menos espontâneos. Serão estes "fenómenos" uma oportunidade? É o que vos convido a ouvir....

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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A Festa foi Rija!

I

Quando um grupo de amigos se junta, raramente "tristezas pagam dívidas" e a crise dos mercados, ali, saía envergonhada, tal o mercado da alegria que esteve em alta durante todo o dia e em todas as ocasiões.
Vou, nesta rubrica, publicar uma série de videos que comecei a editar, com o som original, pois outro não faria sentido, tal é a qualidade captada. Sintam-se à vontade, "vontadinha", para enviar os vossos vídeos editados para serem publicados. Quem o quiser fazer, tem o meu contacto  arranjaremos forma de fazer a transferência do material.
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II
Hoje tive mais um tempo e aproveitei para editar mais algumas imagens que mostrem como foi o nosso convívio no Tortosendo, para os que estiveram presentes reverem e para os que não puderem estar, verem. Para todos, aqui fica o registo histórico de mais um acontecimento inesquecível.
Neste video, vamos homenagear um grupo que nos visita, faz algum (muito) tempo, os Bombos do GRUPO CULTURAL DAS QUINTAS DO FUNDÃO. Senti que este grupo, já faz parte da festa e os seus elementos já se sentem como fazendo parte deste convívio, tal é a cumplicidade que demostram. Obrigado! 
É forte a vossa presença e, cada vez que assomam, do lado do campo de futebol, em cortejo, mas já com um som decidido, ritmado e audível, tudo parece voltar ao início e as forças que já se esvaiam, revivem e experimentamos um momento único de vida, de força e de vigor! Ora assistam....
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III
Não!... não é o fim, mas também não é o começo, é a continuidade de um convívio, que cada vez se torna mais rico, ecléctico e que conta, cada vez mais, com outros familiares e amigos, destacando-se as esposas dos antigos alunos. Esta é uma homenagem para todas elas e um exemplo vivo de que a sua participação é indispensável, primeiro porque fazem parte integrante das nossas vidas, depois porque através dessa ligação, aumentaram os laços com o Verbo Divino, tornando-o mais forte e rico e, depois, porque dão uma alegria e um colorido especial nos nossos encontros, longe dos preconceitos e ajudando a trazer cada vez mais ex. alunos a esta vasta comunidade.
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fomos um Povo no dia 29!

José JESUS-AMARO, svd

Foram chegando... a medo... devagar... olhares e cumprimentos mais ou menos efusivos... conforme as caras eram mais ou menos familiares (conhecidas). Mas chegaram! E muitos! E bons... desmentimos o ditado de que a qualidade é inimiga da quantidade... como se houvesse qualidade sem quantidade... e também não acredito que haja alguma quantidade sem nenhuma qualidade... acredito que no meio do tanto o difícil é encontrar o pouco ou o poucochinho. Mas anda por lá...
Dizer que gostei... é pouco. Senti uma enorme alegria e um raminho de emoção durante a eucaristia! Ressuscitámos um pedacinho da alma de outros tempos... e isso não só sabe bem, no momento, como nos transporta para os tempos que já lá vão e não vão voltar é certo, mas que sabe sempre bem recuperar na memória dos afetos.
Pelo prazer do que fomos e do que somos e porque não há pessoa sem memória nem povo sem história. E no dia 29 de outubro nós fomos um povo! Sabemos que a memória e a história se entrelaçam na vida de todos nós. Sabemos que ambas se cruzam e se tecem com os fios finos e brilhantes das cumplicidades, do companheirismo, da solidariedade, do lazer, e dos caminhos trilhados por tempos mais ou menos longos da partilha fraterna do pão e do murro e agora solidamente amarrados com o cimento dourado da amizade... a palavra mais bela que alguém já declinou e a mais desafiadora em qualquer vida pobre, rica ou remediada.
No sábado colocámos mais uns tijolos e alguma argamassa no edifício da gratidão que temos para com a instituição que nos ajudou a ser o que somos. É certo que os ingratos têm memória curta... mas nós felizmente não pertencemos a esse clube e manifestámo-lo no dia 29 com clareza. Estamos gratos à SVD. A nossa gratidão para com ela será eterna, como eternos são os abraços do nosso contentamento e o prazer que experimentamos, quando as vidas nos deixam cruzar uns com os outros, como aconteceu no sábado. Aliás, nós fizemos que acontecesse... que se fizesse memória futura. JJ-A.

domingo, 30 de outubro de 2011

Obrigado


Foi a primeira vez que participei no encontro dos antigos alunos do Verbo Divino, no Tortosendo. 29 de Outubro! Gostei! Gostei de ver e abraçar gente entusiasmada; gente que se encontra e abraça com alegria aqueles com quem foi partilhando a vida durante meses ou anos.

Por vezes ouve-se que são encontros que ficam muito à volta da mesa. Mas há uma coisa: à volta da mesa fazem-se amigos! E, para além disso, muito possivelmente nos falte a nós, a mim e a outros, a ousadia de desafiar.


Recordo que conversando com alguns dos participantes, dizia que o encontro sem a celebração da eucaristia – a outra mesa – não seria o mesmo. É Ele que nos convoca, como outrora convocou os seus discípulos na Galileia, como outrora convocou Arnaldo Janssen, José Freinademetz,…. e os enviou. E já agora, como o pessoal se deixou tocar pelos desafios que o P. Elísio Gama está a viver na Amazónia, projeto apresentado pela Campanha Mãos Unidas para 2012, permitam-me dizer obrigado, porque senti nos participantes que a missão continua a ser questão de coração.

Precisamos de todos para continuar a tecer a Missão.
Obrigado!

P. António Leite, svd
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Foi lindo... e GRANDE!

Panorâmica do Almoço - Foto:António Melo


De repente, já!... ultrapassou todas as expectativas. O número?... talvez nem importe! O convívio, as amizades reatadas, esses sim, contam e contam-se. Cada um, que viveu este dia, desejou, em algum momento, que ele se prolongasse para lá do tempo limitado às escassas horas que estivemos juntos. 

A determinada altura, depois de sair da Eucaristia, olhei o céu azul, realçado pela visita constante do sol,  como só se consegue ver da Quinta do Prado no Tortosendo e vi um sorriso, discreto, que pairava feliz por nos ver ali, sorri-lhe! 

Aquela alegria contagiou-nos todos e nos diferentes momentos que formos partilhando, aqui no blog, no nosso Lux Mundi, no Facebook, nas nossas conversas posteriores, essa será a pedra de toque entre todos eles. Por isso, temos que estar agradecidos a todos os que contribuíram para que o evento fosse possível, à organização, à comunidade do Verbo Divino de Tortosendo, a todos os que estiveram presentes, de todos os pontos do país, aos ausentes, de quem sentimos saudades. Obrigado!
Nada disto seria possível sem "identidade", sem "partilha" e sem "oração"... onde foi que eu ouvi isto?

Convido-vos a ver o primeiro vídeo, apenas com as imagens iniciais. Chamo-lhe o video da contagem. Aguardo ainda as fotos de muitos vós (carmobaptista@gmail.com) para editar outras imagens. E, como seria bom, que me chegassem outros textos impressivos deste convívio! É pedir muito?

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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A herança de Kadafi

Estava eu a comer um caldo de vagens polvilhado de segurelha (um verdadeiro mimo para os apreciadores da cozinha minimalista) quando me aparece a imagem ensanguentada de Kadafi na TV, noticiando a sua morte (péssimo gosto de escolherem as horas das refeições para mostrar este tipo de imagens).

Pensei. A esta hora já deve estar na barca de Caronte a atravessar a Estige e o Aqueronte a caminho do Inferno, mas logo o pensamento religioso, que não me abandona, porque configurado na fé, se sobrepõe e imaginei a experiência difícil e de limite dos seus últimos dias e na possibilidade do arrependimento. Teve mais tempo que o bom ladrão e Jesus podia ter-lhe dado a mão. Não me parece que alguma das hipóteses seja mais válida que a outra e não há para já maneira de as testar.

No entanto, depois de um exercício de hermenêutica apurado, quem sabe, pelo aroma da segurelha, apercebi-me da quantidade enorme de admiradores, que ele tinha e tem, e que dificilmente imaginaria, mesmo como mera possibilidade.

São factos públicos e notórios (graças à TV) os rasgados elogios que ainda há poucos anos lhe fez o nosso ex-Primeiro Ministro. Por toda a Europa o recebiam com pompa e circunstância e adoravam tanto o seu carisma como os depósitos que fazia nos bancos por esse mundo fora.

Caiu em desgraça, foi perseguido até à morte, mas a sua herança espiritual mantém-se viva – o pensamento Kadafiano.

Querem exemplos? O nosso país está cheio deles. O nosso país é, na verdade, um país singular. É um país que está separado por uma linha (como dizem na TV) abaixo da qual estão os que trabalham, estudam, gerem micro-mini-pequenas e médias empresas que produzem serviços, conhecimento, produtos, isto é riqueza e acima da qual estão os que ilicitamente se apropriam dessa riqueza.

Faz algum sentido que um gestor público, por mais capaz que seja, só porque está à frente de uma empresa modernaça que dá pelo nome de Renováveis e que é financiada por nós todos tenha um prémio de produtividade de 3 milhões? O que é isto? Pensamento Kadafiano.

Faz algum sentido, que o titulares de cargos políticos, numa situação de privilégio, se tenham atribuído subvenções vitalicias, ao fim de 8 anos de actividade, que muitos deles recebem antes da idade de aposentação estabelecida para o regime geral ou da função pública e com o país à beira da banca rota, não tenham a coragem de as suspender até haver de novo condições normais de pagamento. O que é isto? Pensamento Kadafiano.

Faz algum sentido, que num país com o nível de vida elevadíssimo como o nosso se vá confiscar parte do salário de pessoas com rendimentos acima de 485 €, enquanto os gabinetes Ministeriais continuam a usar carros de alta cilindrada ao preço que está a gasolina? O que é isto? Pensamento Kadafiano.

Estes são alguns elementos de prova de que aqueles que estão acima da tal linha que nos separa já não conhecem as pessoas concretas (só vêm abstracções), não conhecem a diferença entre o bem e o mal, o justo e o injusto.

O professor Ernesto que me perdoe, mas hoje acabo com o Eclesiastes: Vi tudo o que se faz debaixo do sol e achei que tudo é vaidade e vento que passa.

Francisco Barroso

terça-feira, 11 de outubro de 2011

FALECEU O NOSSO QUERIDO AMIGO CARLOS ROCHA - "O Rocha de Pêraboa"


A notícia caiu de choque através da nota do Tó Natário. Fui indagar e é mesmo assim, faleceu hoje o nosso querido amigo 

Para toda a família, este grupo de amigos, junta-se na dor deste momento e acredita que o Carlos ficará para sempre entre nós, recordado como o bom amigo, o da palavra certa, na hora certa e está num lugar junto do Pai.

 Descansa em paz Carlos. As nossa orações e os nossos pensamentos vão para ti e para a tua família.

Mais uma actualização da Rádio Caria do infeliz desfecho que vitimou o nosso amigo.

domingo, 18 de setembro de 2011

Encontro 29 de Outubro - TORTOSENDO 2011

Em fase de preparação está já o novo encontro do Tortosendo. Um marco anual na vida de todos os ex. verbitas e verbitas da casa mãe do Verbo Divino em Portugal em terras beirãs.

Fica por enquanto a notícia de mais um arranque e algumas indicações para as inscrições, que poderão ser as que melhor funcionaram para todos estarem presentes. Para os que têm a net como um elo de ligação, a ligação através da página do Facebook, facilita os organizadores e funciona como um excelente meio de contacto, para além do Blog Sabor da Beira, que como já é hábito dará todo o apoio a esta iniciativa. Também no Sabor da Beira iremos dando novas informações na medida em que se justificarem.

Para já apelamos à inscrição de todos aqui...

Será que vamos ter o tradicional concurso de jeropigas?
Os produtores que tragam as garrafas para as provas do "famoso" júri!
Os regulamentos mantêm-se iguais aos dos anos anteriores.

Saudações Verbitas


TORTOSENDO 2010, foi assim!...




obs: A Organização agradece que façam chegar todas as correcções necessárias para a actualização da Lista: eg. número de participantes por antigo aluno.
Podem utilizar, para o efeito,  a caixa de mensagens rápidas do lado direito do blog.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Padre António Manuel Batista Lopes nomeado Diretor das Obras Missionárias Pontifícias


Evangelização: Congresso nacional e Carta Pastoral marcaram última década das Obras Missionárias Pontifícias

Padre Durães Barbosa avalia onze anos na direção de organismo nacional dependente do Vaticano

Lisboa, 08 set 2011 (Ecclesia) – O Congresso Missionário Nacional, em 2008, e a Carta Pastoral do episcopado sobre as missões, em 2010, marcaram “uma linha de rumo para o futuro” da Igreja Católica em Portugal, nomeadamente quanto ao envolvimento dos bispos na missionação.
Após o termo do segundo mandato como diretor das Obras Missionárias Pontifícias (OMP), o padre Manuel Durães Barbosa disse à ECCLESIA que o congresso, onde ficou vincado que “a dimensão missionária faz parte do ser cristão”, foi a “única ocasião” em que viu “interessados” os bispos, institutos missionários e leigos.
Dois anos mais tarde o episcopado publicou a Carta Pastoral ‘Para um rosto missionário da Igreja em Portugal’, documento que para o sacerdote “implica a responsabilidade dos senhores bispos no sentido de dinamizarem tudo o que vem para o futuro, sobretudo a criação dos centros missionários diocesanos e a implantação dos centros paroquiais”.


Quando o padre Durães Barbosa tomou posse, há cerca de 11 anos, a OMP “não era conhecida em Portugal”, pelo que a primeira prioridade foi fazer com que este organismo dependente do Vaticano “fosse conhecido” e se tornasse o “órgão coordenador de todo o esforço feito pelo institutos missionários”.
O antigo responsável considera que este objetivo foi atingido “em parte” mas o padre Tony Neves, diretor do Departamento de Animação Missionária do Patriarcado de Lisboa, assinala que um dos “grandes méritos” da anterior direção foi tentar estabelecer uma “coordenação muito efetiva” entre institutos religiosos, dioceses e movimentos.
O padre Durães Barbosa, que também é secretário da Comissão Episcopal das Missões,  tentou igualmente que os responsáveis pela animação missionária nas dioceses tivessem uma “equipa plural que reunisse leigos, sacerdotes e institutos”, o que só foi concretizado a “100 por cento” em alguns locais.
Para o padre Tony Neves, estas estruturas podem ser veículo de transmissão do dinamismo missionário se conseguirem ter influência nos organismos mais próximos dos fiéis, como as vigararias.
“A missão só pode aparecer no quadro da diocese se se manifestar no âmbito mais pequeno. Se não chegarmos próximo daqueles que estão no terreno e ficarmos só em documentos largos e teorias muito gerais, então não funciona”, salientou.
De 16 a 18 de setembro realizam-se em Fátima as Jornadas Missionárias, sob o tema “Voluntariado e missão”, e durante o próximo mês a OMP organiza o tradicional “outubro Missionário”.
As Obras Missionárias Pontifícias prepararam um documento de 80 páginas, enviado a todas as paróquias e disponível na internet, com guiões para celebrações da via-sacra, vigília e meditações para a oração mariana do Rosário.
O caderno contém comentários às leituras proclamadas nas missas dominicais, reflexões sobre o Ano Europeu do Voluntariado e a evocação dos 25 anos do encontro que o Papa João Paulo II teve na cidade italiana de Assis com líderes religiosos de todo o mundo.
O padre Durães Barbosa, da congregação dos Missionários do Espírito Santo, passou o testemunho de diretor da OMP ao padre António Manuel Batista Lopes, nomeado por decreto da Santa Sé.
O religioso do Verbo Divino, natural da Aldeia da Ponte, diocese da Guarda, foi ordenado padre em 1986, tendo partido para o Togo, onde dirigiu o Centro Bíblico de Lomé, capital daquele país africano, após ter estudado Sagrada Escritura em Paris.
PTE/RM
Mais....

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Viagem ao Minho

José Teodoro Prata

Estávamos em Maio, nos inícios do mês, pelo tamanho dos rebentos das videiras. Mas comecemos pelo princípio.
O ano lectivo de 1971-72 foi o da grande renovação, no Seminário do Tortosendo. E uma das mais importantes alterações foi a dispensa da “camisa de noite”, que nos escondia as vergonhas, ao mudarmos de roupa, à noite e de manhã. Um dia, ao deitar, o P.e Felgueiras gozou com a nossa falta de coragem, para dispensar aquela garantia de privacidade. O Maurício foi o primeiro e nós rimos nervosos, da nossa vergonha, pois dele, o corpo era igual ao nosso.
E vieram outras mudanças, todas boas. Uma delas foi uma viagem ao Minho, para o nosso 8.º ano. Eu já fora à Figueira da Foz, na Primária, e à barragem de Idanha, no Seminário. Mas esta viagem superava-as: demorava dias e era muito mais longe. Acompanhou-nos o Pe. José Vaz, reitor, o P.e José Prata, o músico e fotógrafo de serviço, e o P.e Felgueiras, como anfitrião.
O almoço foi já em Lamego: papossecos, ovos cozidos e um frango assado para três (frango avantajado, não daqueles quase acabados de nascer que agora se vendem nas churrasqueiras). A barriga ficou cheia, mas deixámos logo metade na escadaria da Nossa Senhora dos Remédios. Ao anoitecer, pelas voltas do Marão, já ia furado com fome. Vendo-me naquele estado, um amigo puxou-me para o seu banco e mostrou-me dois ovos cozidos, em boa hora guardados no bolso, para uma aflição. Um para cada um, um banquete.
Em Amarante, alguém tentou comprar uma garrafa de vinho verde, mas o P.e Prata estragou o negócio. E, muitas centenas de curvas depois, chegámos ao Seminário de Guimarães, já noite cerrada. De manhã, visita ao berço da nação, como os do norte gostam de dizer. Depois, Braga e sobretudo o almoço (lanche?) em casa da mãe do Pe. Felgueiras. Broa, presunto, vinho verde tinto bebido em malgas. Ainda hoje sinto o sabor, aquele aroma, um travo amargo…
Dormimos novamente em Guimarães e, no regresso, passámos pelo Porto. Depois, nova maratona até ao Tortosendo.
Nesta viagem, ainda uma terceira coisa me marcou, além do ovo cozido, no Marão, e do vinho verde, na mãe do P.e Felgueiras: as videiras altas, embarradas em árvores e postes de cimento. Qualquer vereda ou pátio estava coberto por uma latada, a aproveitar no ar o que não se podia produzir no chão. E o verde, tudo verde.

Cheios de fome, antes do banquete.
Da esquerda para a direita: Maurício (Ferro), Mário Martins Antunes (Nave Sabugal), Carlos Marques (S. Vicente da Beira), Carlos Bizarro (Teixoso), Ricardo (Três Povos), Paula (? - Beira Alta), Ramos Silva (Vale de Espinho), Virgílio (Peso), Zé Augusto (S. Vicente da Beira), Vasco (Belmonte), Torres (Fundão), Chico Barroso (S. Vicente da Beira) e Zé Teodoro (S. Vicente da Beira).


Em casa da mãe do Pe. Felgueiras, já reconfortados. Juro que só nos deram uma malga de vinho verde!
Grupo da esquerda: Pe. Vaz, Chico Barroso, Zé Eduardo (Maçaínhas), Zé Teodoro, Torres, Ricardo, Bizarro (Teixoso), Casalta (Aldeia da Ponte) e Carlos Verso (Ferro).
Ao centro: Pe. Felgueiras, com sua mãe, irmão e outros familiares; Maurício, Vicente Proença (Peso) e Manel Augusto (Aldeia da Ponte).
À direita: João Rente (Estreito), Zé Antunes (Maxial do Campo), Pires (Lisboa), Cerejo (Três Povos), Zé António (Rochas de Baixo), Virgílio, Paula e Zé Augusto.
Nas fotos que tenho, não encontro o actual fotógrafo Elísio Gama (Maxial da Ladeira). Não terá participado na viagem ou ainda não gostava de fotografia?
Por exclusão de partes, o fotógrafo é o P.e Prata.

Nota: Agradeço ao Francisco Barroso e ao José Antunes a ajuda na identificação de alguns colegas.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Abstive-me...


JOSE DE JESUS AMARO

É isso: abstive-me! Apesar de me sentir incomodado com o modo como as pessoas reagiam, quando lhes dizia que era isso que iria fazer. E foi o que fiz. E não tenho remorsos ou má consciência de qualquer espécie nem me sinto um cidadão menos consciente do que aqueles que votaram, independentemente em quem tenham votado ou se optaram pelo nulo ou branco.
E abstive-me porque não acredito na bondade dos partidos, enquanto organizações capazes de alterar o estado de coisas em que nos encontramos, e muito menos acredito que eles as queiram mudar.
Veio o FMI? Veio! Veio a UE? Veio! Veio o BCE? Veio! E que venham muitos mais ainda. Quantos quiserem vir. A mim não me incomodam nada! Vieram e fizeram o que devia ser feito? Não sei... eu não tenho capacidade para ajuizar! Fizeram bem o seu trabalho? Espero que sim! Vão-nos ajudar? Não acredito! Melhor: darão algo em troca de algo, porque essas instituições não têm como objectivo/função ajudar alguém e muito menos os pobres.
O regime é irreformável? É! Ele diz querer regenerar-se, mas não se reforma, porque a sua essência é mesmo essa: ter poder, conquistar poder, se o não tem, e combater o poder, conforme as circunstâncias!
As injustiças vão continuar, apesar dos discursos crocodilóides, de muitos dos que nunca se interessaram pelos pobres a não ser nas campanhas eleitorais. As reformas chorudas de alguns vão continuar? Mas alguém duvida disso? Os impolutos que recebem várias vão continuar a recebê-las? Pois, claro! As “corporações” profissionais vão continuar a alimentar e a reclamar não só os que têm, mas ainda mais privilégios? Claramente, claro!
Assim sendo, como não acredito abstive-me. E isso resolve alguma coisa? Não! Mas eu também não quero resolver nada. Quem se candidata e promete é que deve resolver! Nem eu quero dizer aos que se candidatam o que devem ou não fazer (moralismo!).
Eu não acredito na democracia representativa? Não! Eu não conheço os que me representam. Nem o que são, nem o que fazem, e muito menos os méritos que têm para me representar... (que não são precisos muitos). Gostava de uma democracia participativa? Gostava! A qual não só cultivasse como potenciasse as diferenças como riqueza e como desafio à harmonia entre desiguais. É claro que ainda não chegou, nem vai chegar tão cedo! Mas ela é o futuro...
O dever cívico de votar? Quem o inventou? Os que antes achavam que o voto era direito só de alguns? Provavelmente, não! Os partidos políticos? Talvez! Até lhes dava jeito...
E, já agora: gosto de ouvir as autoridades (padres e bispos) da igreja católica lembrarem esse dever aos cidadãos (penso que ainda não penalizam o seu não cumprimento com pecado ou excomunhão). Se é tão bom e tão importante porque não o introduzem nas suas práticas? JJ-A


domingo, 29 de maio de 2011

It happened over a dinner of grouper!...

Vou começar pelas presenças, mesmo sem o nosso amigo Pinto presente, este é um ponto de honra:
DanielReisFranciscoBarrosoRicardoFigueiraCasimiroBarataAntónioMonsantoRegistoNicolaudoCoutoMarquesFernadoCarvalhoVitorGasparVitorBaptistaeEspadeiroDanielReisFranciscoBarrosoRicardoFigueiraCasimiroBarataAntónioMonsantoRegistoNicolaudoCoutoMarquesFernadoCarvalhoVitorGasparVitorBaptistaeEspadeiroDanielReisFranciscoBarrosoRicardoFigueiraCasimiroBarataAntónioMonsantoRegistoNicolaudoCoutoMarquesFernadoCarvalhoVitorGasparVitorBaptistaeEspadeiroDanielReisFranciscoBarrosoRicardoFigueiraCasimiroBarataAntónioMonsantoRegistoNicolaudoCoutoMarquesFernadoCarvalhoVitorGasparVitorBaptistaeEspadeiroDanielReisFranciscoBarrosoRicardoFigueiraCasimiroBarataAntónioMonsantoRegistoNicolaudoCoutoMarquesFernadoCarvalhoVitorGasparVitorBaptistaeEspadeiroDanielReisFranciscoBarrosoRicardoFigueiraCasimiroBarataAntónioMonsantoRegistoNicolaudoCoutoMarquesFernadoCarvalhoVitorGasparVitorBaptistaeEspadeiro.... sala cheia. (ponto final)


O segredo do SPA do Casimiro
Entre, croquetes, rissois, maranhos, um tinto e o recém-chegado Espadeiro, o Casimiro fala entusiasticamente da sua horta, de onde arrancou, sozinho, vejam só, 300Kg de batatas, e como se isso não bastasse, daí vem, ainda, toda a salada, tomates, pepinos (portugueses), courgetes, rucula... segredo da sua eterna juventude. Um verdadeiro SPA de saúde natural, sem merdas, nem merdinhas! Para algum incrédulo aqui está a prova, que a esta hora, já deve ter feito as delícias, no prato da sopa do Francisco Barroso (eras tu que levavas o saco!). Pronto(s), depois nestas coisas, quando se fala de salada, que meta tomates... dá pano para mangas, ainda apareceu a courgete...

E a conversa lá foi rolando como o "corte" na mesa do alfaiate, ganhando contornos, costuras, ligando e desligando as peças de que se compõe a vida passada e presente. Mais um croquete, para não embuchar um golo de espadeiro.

A mesa lá se compôs, cheia, que não cabiam mais e gritou-se pela garoupa, que apareceu toda vaidosa, saída de um  SPA de forno, acompanhada de batatinha nova assada e de um grelos salteados que lhe fizeram a corte. Imaginem os nossos pratos e os olhos arregalados, à espera do "bom apatite" para todos... sim, porque temos princípios nestas coisas. E, um silêncio, repentino e metálico, apoderou-se daquela sala, que minutos antes fervilhava de gargalhadas, conversas cruzadas, brindes a isto e àquilo... Meus caros leitores, agora, se não se importam, interrompo para uma garfada de garoupa e um "golo" de Espadeiro! 

domingo, 8 de maio de 2011

27 de Setembro de 1811 - O COMBATE DE ALDEIA DA PONTE


EM MEMÓRIA DE  ...

Loures, 3-5-2011
Manuel Peres Sanches
manuel_sanches@hotmail.com 

SOLDADOS SEM NOME... que, em marchas de andamento forçado, percorriam longos caminhos distantes, em horas sem fim, dias após dias, sob um sol escaldante de Agosto, penosamente se arrastando... fatigados adormeciam esfomeados... ardendo em sonhos de febre e disenteria...  acantonados em bivaques, tendo como tecto céu estrelado de Janeiro e como manta um chão branco de geada ou de fria neve... com músculos tolhidos... e sem compaixão espadeirados, na berma da estrada  morriam abandonados...

MULHERES SEM NOME... que pisavam o mesmo chão que os seus Homens,  Soldados... e os seguiam até no cativeiro... metades travestidas de camponesas e de tropas... serventes como «cantinières», aguadeiras, cozinheiras, lavadeiras, costureiras, maqueiras... e até municiadoras e apontadoras de mosquetes... davam à luz seus filhos na ensanguentada neve... suportando quantas humilhações e violações!!! Entre rebentadas carroças abandonadas, com cavalos, mulas e jumentos mortos, eram  com os seus Homens e com os seus Filhos moribundas...

MENINOS-SOLDADOS SEM NOME... que domésticos serviam... os mais afortunados a seus amos-oficiais, para ajuda e sustento de irmãos e pais. Mas quantos orfãos?! Alistavam-se na esperança de um dia serem soldados, para terem «pré». Mas já tinham sofrimentos e ferimentos!!! Com que emoções, com que sentimentos aquelas crianças-rapazolas seguiam entre a massa de gente fardada e armada, entre a confusão maltrapilha, pisando descalços terreno macabro, tropeçando em jazentes cadáveres ainda quentes, atordoados por dilacerantes gritos de enlouquecer? Empurrados a ir em frente para sobreviver... com tamanha sobrecarga, por caminhos atolados sem fim, ora sol ora chuva... e com pouca roupa, e sem uma côdea de negro pão duro... E quantos feitos prisioneiros,  ou, violentamente, findos mortos, inocentemente?!

                                                                *
                                                            *      *

Em 27 de Setembro de 2011, perfazem 200 anos do «Combate de Aldeia da Ponte» que ocorreu no contexto da chamada «Guerra Peninsular» (1807-1814), ou Invasões Francesas (para os espanhóis, «Guerra da Independência»).

O Combate de Aldeia de Ponte consta na cronologia das batalhas napoleónicas. Consta nos «despachos» de Wellington, comandante dos Exércitos Aliados, sobre os acontecimentos, com data de 29 de Setembro de 1811, feitos no seu Quartel-General, instalado em Quadrazais. Consta nas «Mémoires du Duc de Raguse de 1792 a 1832...», cognome do Marechal Auguste Marmont, comandante do Exército Francês, ao qual Napoleão dera o nome de «L´Armée du Portugal». Consta nas «Mémoires du Général Baron Thiébault» que comandou a perseguição e os ataques franceses em Aldeia da Ponte. Consta na narrativa de marchas, movimentos e operações da quarta Divisão do Exército Aliado, feita por Charles Broke Vere. Consta na História da «Guerra Peninsular» de Charles Napier que combateu nas Batalhas do Côa / Almeida (24 de Julho de 1810) e de Fuentes de Oñoro (3-5 de Maio de 1811). Também consta na História de Charles Oman. Consta na Auto-biografia de Harry Smith que pisou o nosso chão e nos conta pequenas estórias do quotidiano de soldados (uma delas passa-se em Rendo-Sabugal) e escreve «Poza Velha» em vez de «Poço Velho» (aldeia  perto de Nave de Haver). O Combate de Aldeia da Ponte consta em muitos outros documentos. E deve haver estar em tantos relatos e memórias de soldados de diferentes nacionalidades que gostariam de ser lidos...!!!

Investiguemos, rebusquemos livros, revistas, jornais, cartografia militar, internet, museus... muita coisa vai aparecer. Em quantas mais fontes históricas bebermos, melhor poderemos compreender o que de facto se passou, naqueles dias, meses e anos, de 1807 a 1814. É de publicar na página-net de Aldeia da Ponte, no Boletim da nossa Associação, ou por outras vias. Faço este CONVITE.

«O Combate de Aldeia da Ponte» não é um acontecimento dito «menor», considerando o número elevado de combatentes e o grande prestígio de generais e comandantes que nele participaram, sendo o mais distinto Arthur Wellesley, mais conhecido por Duque de Wellington, como Comandante-em-Chefe dos Exércitos Aliados, que viria a derrotar Napoleão, na Batalha de Waterloo, em 18 de Junho de 1815. Wellington esteve envolvido, directamente, no Combate de Aldeia da Ponte, dando ordens a partir da «Sacaparte», (Convento da Sacaparte, entre Aldeia da Ponte e Alfaiates).

Mas houve outros generais britânicos que tiveram carreiras militares e políticas honrosas, como Edward Michael Pakenham (morreu na Batalha de Nova Orleães; era cunhado de Wellington), Stapleton Cotton, Galbraith Lowry Cole ou Edward Blakeney  (viria a receber a condecoração «Torre e Espada» de Portugal).

Quanto aos franceses, alguns deles têm gravado o seu nome no Arco do Triunfo de Paris. Bem conhecido é Auguste Marmont que substituiu o Marechal André Massena no comando de «L'Armée du Portugal», após a derrota da Batalha de Fuentes de Oñoro. Auguste Marmont mandou retirar as tropas, que tinham combatido em Aldeia da Ponte, para Ciudad Rodrigo, em 28 de Setembro de 1811, depois de observar, no alto de Santa Bárbara, as posições dos Luso-Britânicos. Outros Generais: Paul Charles Thiébault comandou o Combate de Aldeia da Ponte e já tinha sido Chefe de Estado Maior do General Andoche Junot, na primeira Invasão, em 1807.- Joseph Souham também comandou em A. da Ponte as forças francesas e comandou «L'Armée du Portugal» na Batalha de Salamanca (22 de Julho de 1812) quando foram feridos os Generais Marmont e Bertrand Causel. Louis Pierre Montbrun que foi considerado um dos grandes cavaleiros da época napoleónica. E, ainda, Pierre Wathier.

Participou em acções, no combate de 27 de Setembro, o Regimento de Artilharia nº 2 de Faro, sob o comando do Major Vitor von Arentschild - comandaram as três Brigadas os Capitães Francisco Cipriano Pinto, João Inácio Sequeira e Chateauneuf. Os dois primeiros receberam «Medalhas de Distinção de Comando», Artilheiros ilustres, sendo um alemão e outro português.

Mas «O Combate de Aldeia da Ponte» foi um acontecimento maior, por tudo quanto padeceram homens, mulheres e crianças. Pelas baixas que houve (mortos, feridos e desaparecidos), perdas humanas que são sempre muitas, por duas que sejam. Assim,  segundo o relatório Wellington, as baixas humanas, portuguesas e britânicas, totalizaram: 14 mortos,  77 feridos,  9 desaparecidos. Quanto a cavalos, houve 3 mortos, 14 feridos, 6 desaparecidos. Do lado Francês, Thiébault diz que o «Combate custou-nos cento e cinquenta homens, dos quais cento e vinte feridos, mas que, no dizer de alguns prisioneiros, custou quinhentos homens e um oficial-general ao inimigo».

Há nomes registados em relatórios. Por exemplo, o Major Thomas Pearson foi gravemente ferido numa perna, em Aldeia da Ponte, tendo sido evacuado (em 2006, saiu o livro que retrata a sua carreira, com o título «Fix Bayonets! A Royal Welch Fusilier At War, 1796-1815», por Donald E. Graves). E quantos «soldados desconhecidos»? Todos merecem a nossa memória e atitudes de respeito. E os não militares, os civis? Nos exércitos, marchavam, ao lado dos soldados, mulheres e crianças-rapazolas que eram «pau p'ra toda obra». Cozinhavam, lavavam e coziam a roupa, procuravam lenha e água, carregavam os feridos, cuidavam dos cavalos e animais de carga, empurravam as carroças e tantas outras tarefas... E, quanto não bastasse, sofriam maus-tratos e violações de certos soldados embrutecidos e embriagados, ou punições violentas de sargentos e oficiais arrogantes e desumanos!!!

É difícl de imaginar o que a Guerra Peninsular trouxe também às gentes de Aldeia da Ponte, e aldeias vizinhas, principalmente nos anos de 1810-1811-1812, durante a terceira e quarta invasões francesas e respectivas retiradas (da quarta invasão pouco se fala; quarta invasão ou quinta invasão? é um assunto polémico: há quem considere que a «Guerras das Laranjas», em 1801, foi a primeira invasão, altura em que se criou o «problema de Olivença»). Aldeia da Ponte assistiu à passagem, à movimentação, ao vaivém constante de tropas, fossem elas francesas, fossem elas luso-britânicas.

Assim, na terceira invasão (1810), o Marechal André Massena, Comandante-em -Chefe do Exército Francês - «L'Armée du Portugal» - formado pelo 2º, 6º e 8º Corpos  de Exércitos - ordenou ao General Jean Reynier, comandante do 2º Corpo do Exército (mais de 15 000 combatentes e 2 700 cavalos), que de Cória e Plasência, na Espanha, se aproximasse de Alfaiates, a 25 de Agosto de 1810,  para marchar na direcção do Sabugal ( que veio a ocupar em 15 de Setembro), da Guarda e de Celorico,... com intuito de se juntar aos outros dois Corpos que tinham entrado em Portugal mais a norte, perto de Almeida.   

Após a Batalha do Sabugal ou do «Gravato» (3 de Abril de 1811), foi pela nossa «raia seca» (do Sabugal) que as tropas francesas retiraram, derrotadas na terceira invasão. Os exércitos luso-britânicos ficaram, então, acantonados nas aldeias, de um e outro lado do Rio Côa. Em Abril de 1811, o Estado Maior do Regimento escocês «The Gordon Highlanders» ficou instalado em Aldeia da Ponte. «The 79 th - The Cameron Highlanders» esteve acantonado em Aldeia da Ponte, de 14 de Maio a 6 de Junho de 1811. Poucos dias antes, o seu comandante, Coronel Philips Cameron, tinha morrido na Batalha de Fuentes de Oñoro. Há até uma pintura célebre alusiva. No seu «Diário», na Guerra da Peninsula, o Tenente de artilharia William Bates Ingilby regista que a sua brigada (hoje, bateria) bivacou em Aldeia da Ponte, a 12 de Fevereiro de 1812.

A quarta Invasão (1812) é comandada pelo Marechal Auguste Marmont (Duque de Raguse). É uma invasão-relâmpago, pelas Beiras. Tem por objectivo, obrigar Wellington  a levantar o cerco de Badajoz, iniciado em 16 de Março último, pelo  Exército Aliado. São manobras de distração. A fim de distrair Wellington de Badajoz. Marmont dispõe de quatro das suas seis divisões, comandadas pelos Generais Clausel, Maucune, Sarrut e Brennier (todos eles têm gravado o nome no Arco do Triunfo) – 23 500 infantes e 1 500 cavaleiros. A operação  começa com cerco a Ciudad Rodrigo, por Brennier, em 30 de Março. Invasão de Portugal pela fronteira de Sabugal (Aldeia da Ponte, em 3 de Abril). A divisão francesa de Clausel tenta tomar Almeida, sem sucesso (6 de Abril). Marmont está no Sabugal, de 8 a 16 de Abril de 1812, donde despacha colunas volantes, nas direcções de Penamacor, Fundão, Alpedrinha e Covilhã. A divisão Sarrut investe contra Castelo Branco. A cidade é ocupada durante dois dias (12 a 14 de Abril). O Palácio do Arcebispo, que incitara à resistência, é assaltado e incendiado, tal como outras casas. Medelim e Pedrogão são saqueadas (13 de Abril). Combate da Guarda (14 de Abril) entre forças da cavalaria francesa e Milícias Portuguesas que são desbaratadas (comandadas pelos Brigadeiros Britânicos Trant e Wilson). Os Franceses avançam para a Lageosa (do Mondego), em 15 de Abril, na perseguição destes oficiais britânicos que para aqui haviam retirado. Os Portugueses incendeiam os armazéns de Celorico e retiram para Trancoso. Entretanto, os Franceses haviam voltado para a Guarda. Os Portugueses voltam a Celorico para apagar os fogos. Marmont, ao tomar conhecimento que Badajoz tinha sido conquistada pelas forças anglo-portuguesas (em 7 de Abril), após um sangrento assalto que vitimou milhares de homens, inclusive aos Aliados (cerca de 5 000), decide concentrar as suas tropas no Sabugal e fazer a retirada de Portugal (24 de Abril de 1812). Uma invasão que durou aproximadamente 20 dias.

Em Aldeia da Ponte, como por todo o país, onde foi praticada a «política  de terra queimada», imposta a Portugal por Wellington e que ele já utilizara na Índia, para retirar ao inimigo fontes de abastecimento (os Franceses também  utilizaram esta política), passavam soldados debilitados e famintos, forçados a longas e penosas marchas, nos verões escaldantes ou nos rigorosos e gélidos invernos... Sabemos como era difícil de suportar o clima da nossa terra. Tal como rezava o ditado: «nove meses de inverno e três de inferno». Soldados que, sem abrigos, mal-vestidos e botas rôtas, faziam da pilhagem forma de sobrevivência... para terem lenha, para terem comida. Numa zona do país que os estrangeiros diziam já ser fraca de recursos.

Aldeia da Ponte viveu, certamente, com muita ansiedade, angústia e medo. Por causa da penúria, da fome, dos ferimentos, das mortes, das ameaças. Por causa das incertezas e consequências dos combates que aconteciam nas redondezas, do lado de lá e de cá da fronteira: em Ciudad Rodrigo, em Almeida, no Sabugal, em Fuentes de Oñoro, em Carpio de Azaba, em Fuente Guinaldo, em El Bodon.

Aos nossos Avós só faltava mais esta: os combates serem travados no coração de Aldeia da Ponte. Os canhões de artilharia atordoaram os céus do nosso «Vale», do nosso «Vale da Ponte» e do nosso «Cruzeiro» (será que foi erigido depois do combate, em memória dos caídos?). «Royal Regiment of Artillery» marcou presença, tal como o Regimento de Artilharia 2 de Faro. Estiveram em acção os Regimentos Portugueses 11 e 23, de Almeida e Penamacor, bem como o Batalhão de Caçadores 7 da Guarda. Tal como o Regimento de Cavalaria 1 de Lisboa esteve na Sacaparte. Tal como outras divisões, batalhões, companhias, cavaleiros e infantes, soldados de diferentes nacionalidades: Portugueses, Franceses, Escoceses, Irlandeses, Alemães, Suiços, Ingleses, Espanhóis e outros, que integravam os exércitos luso-britânicos, os exércitos Espanhóis  e os exércitos Franceses. Quantos Combatentes? Só do lado Francês seriam aproximadamente 11 000 soldados de infantaria e 1 800 cavaleiros. É de dizer que as seguintes povoações raianas estavam ocupadas por milhares de tropas aliadas, na altura do Combate de Aldeia da Ponte: Aldeia Velha, Soito, Rendo, Bismula, Rebolosa, Alfaites. Wellington havia retirado de Fuenteguinaldo, onde estava «à rasca», para estas nossas aldeias, onde julgava assumir uma posição forte, face aos Franceses, tendo a defender-lhe as costas a Serra das Mesas / Malcata, o Rio Côa e a Ribeira de Vilar Maior (ou Rio Cesarão).

Deve ter sido um tempo muito aflitivo para os «nossos avós», esse dia 27 de Setembro do ano de 1811. Esse dia e outros dias.

Os acontecimentos, de então, merecem tornar-se «abraços» de memória e de paz, também actos de cultura e de diálogo!!! Celebremos o Bicentenário do Combate de Aldeia da Ponte, com estas intenções.

Manuel Peres Sanches